sexta-feira, 21 de junho de 2013

Compilação de relatos do confronto nas ruas do Rio de Janeiro 20/06/2013 - pessoas no facebook


Compilação de denuncias no Facebook de  Ivan Accioly - jornalista:


Seguem alguns relatos que copiei de uma outra mensagem. Não precisa de mais comentários. Basta ler. Indignação. 

Por favor, ninguém mais, em tempo algum, me peça para apoiar movimentos reivindicatórios de PMs. obrigado!

Lapa Irish Pub: "A Festa Cult hoje virou um bunker, infelizmente. Estamos trancados aqui com várias passando mal nas ruas devido aos gases lançados pela polícia."

Circo Voador: "To agora no Circo Voador e a policia facista acaba de jogar 3 bombas de gás lacrimogêneo aqui dentro. Sendo q uma delas foi jogada do meu lado no backstage. Meu olho ta ardendo e lacrimejando, muito enjoo e todos que estao dentro do Circo Voador pq a policia esta prendendo todos que estao na rua. Uma noite de evento e somos agredidos e feridos por essa merda de governo. Estou bem, mas nao tem como sair daqui."

Bar Arco íris - "Alguns frequentadores xingaram os policiais e um dos PMs voltou e mostrou o dedo médio para eles. Outro também voltou e soltou uma bomba de gás lacrimogênio dentro do bar, mas os clientes conseguiram chutá-la para fora. Uma segunda bomba, no entanto, caiu dentro do bar, fazendo com que muitas pessoas passassem mal."

"Bomba de gas tao forte que a gente no 12 andar nao conseguiamos respirar!!!! Lapa foi sitiada! Forca nacional estavam invadindo o bar da cachaca!

"Tomei porrada de cacetete e tapa na cara da Tropa de Choque. Obviamente sem identificação... Foi na volta pra casa, em uma rua praticamente vazia e pacífica. Era uma gangue de uns 10, que surgiram em motocicletas, tacando bombas pro alto. Jogaram trabalhadores, inclusive o pobre pipoqueiro, contra a parede. Passaram o rodo, bateram em todos nós, clamando gritos de guerra. É ditadura?"

"A polícia está passando em motos e jogando bombas e spray por nada em quem estão encontrando na Lapa!"

"A PM continua fazendo arrastão na Lapa, atirando em todo mundo, nem manifestação tem mais por aqui, mas a PM insiste em passar atirando nas pessoas, eles estão passando em grandes combois marchando e atirando"

Laranjeiras:
"A gente que não pode ir a manifestação, a manifestação vem até a gente. Trabalhando no mercadinho, rua das laranjeiras 90. Final da noite fomos presenteados com bomba de gás lacrimogênio. Cliente, cozinheiro, garçom, tudo se correndo junto.
Absurdo, triste, raiva. Espero que a força do povo não diminua, vamos pra rua. Amanhã tem que ser maior. Se depender de mim será."

Largo do Machado:
"Direitos humanos e Advogados pelo amor de Deus, estão colocando as pessoas deitadas no chão do centro do RJ, vai rolar um massacre por la, policia, exercito e força nacional estão em formação juntamente com a cavalaria da Lapa a Cinelandia no largo do machado estão batendo nas pessoas que chegam de metrô, retiraram os onibus da ruas para as pessoas não conseguirem ir embora.."

Centro:
"Estávamos parados no ponto de ônibus em frente a Central esperando o ônibus para irmos para casa, quando policias do Choque em motos passaram e simplesmente jogaram spray de pimenta em todos!"

Hospital Souza Aguiar:
"O Batalhão de choque invadiu a emergência do Souza Aguiar para reprimir ao manifestantes e jogaram dentro da emergência várias bombas de gás de pimenta e lacrimogênio, os médicos do Hospital Municipal Souza Aguiar precisaram entrar na frente e impedir a invasão até de salas com pessoas sendo atendidas, foram veículos do choque como se fosse uma guerra. Há total confusão na região, ninguém entra ou sai do Hospital Municipal Souza Aguiar, sitiado!!.



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Sobre o ataque ao Souza Aguiar: depoimento da medica Daniela Judice. Não compartilhem, copiem e colem em seus perfis para que a mensagem não seja apagada.
Texto:
Estava de plantão hoje no Souza Aguiar. Hospital preparado para receber os pacientes graves vindos da manifestação. Vi jovens de bem com rombo no rosto feito por bala de borracha atirada pela policia. Nao foi só um.
Plantão acaba as 20 Hs. Tentávamos sair quando de repente gritaria e fumaça entrando pelo hospital. O gás pimenta subiu pelas escadas ate alcançar a pediatria no sétimo andar do hospital. Arde tudo por dentro.
O que e isso, gente???? Vários funcionários passaram mal. Mães e crianças aspirando aquele horror. No SÉTIMO andar!!!! Nos isolamos dentro do CTI. Conseguimos sair de lá as 22:15, passo pela Presidente Vargas que parecia vitima de um tornado.
Agora chego em casa e acompanho na Globonews o que aconteceu na porta do hospital. Meia dúzia de manifestantes pedindo pra policia nao atirar porque ali era um HOSPITAL, e, mesmo assim, o despreparado policial se posiciona, mira e atira duas bombas!!!!!!!! O que e isso meu Deus???!!!!!!!As pessoas ali estão DOENTES!!!!!


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Policial com máscara dos Anonimuys.

Acabo de presenciar um fato gravíssimo. Neste instante testemunhei a saída de uma Blazer Branca descaracterizada saindo do Batalhão de Choque da Polícia Militar o motorista da viatura estava com uma máscara dos Anonimuys. Amanhã comunicarei oficialmente a Secretaria de Segurança.

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Paulo Halm

Quase fui espancado por um grupo de fascistas, lumpéns drogados e uns mascarados infiltrados que queriam ( e conseguiram ) impedir que as bandeiras da CUT fosse estendida. Eles nos atacaram, destruiram a primeira bandeira, e depois, investiram, arrancaram e rasgaram uma segunda bandeira que sequer foi aberta. E um sujeito, provavelmente um oficial de reserva, um beócio de direita ficou gritando para nós: "fora daqui, seus comunistas (sic). Aqui não é lugar de vocês, seus vermelhos. Não queremos mais comunistas nas nossas (sic) ruas". E isso a poucos metros do caminhão de som da direção da passeata que fez vista grossa para a agressão e ficava repetindo que a manifestação era pacífica. E pra piorar, depois que destruiram as duas bandeiras vermelhas da CUT, um dos dirigentes do ato falou, é melhor vocês recolherem suas bandeiras, pra evitar confusão. Isso aconteceu as cinco horas da tarde, em plena Candelária. Esse incidente apenas confirmou minha opinião deste movimento: uma micareta despolitizada, desorganizada e anti-partido. E completamente tolerante aos provocadores, infiltrados e fascistas em geral.


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Anonimo:

Olha, galera, o que aconteceu é que e estava às quase dez da noite na Lapa, na pizzaria Guanabara, parecia uma noite de fim de semana comum, muita gente bebendo nos bares e tal, a polícia passou, pessoal xingou e eles acharam que a melhor atitude poss[ivel era descer dos carros e atirar bombas. DENTRO DA PIZZARIA GUANABARA. Foi uma merda.

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Rodrigo:

Como descrever a sensação de estar no meio de uma multidão sendo dispersa à moda bélica? 
Primeiramente vale dizer que a multidão, obviamente inflamada, não cometia nenhum crime, violência ou delito. 
Declaravam revoltas contra as faltas de respeito que assola o país desde antes de ser um “país”. Vem da Europa, desembarcada nas caravelas que dizimaram a população nativa quase à extinção para depois provocar o maior êxodo forçado da história da humanidade nos porões dos navios negreiros.
Confesso que até determinado momento achei que a manifestação estava quase pueril na Presidente Vargas. Não pude chegar até a prefeitura pois a massa já estava retornando. Achei estranho mas estava em paz, com cartazes bem humorados e maiores e menores comprometimentos com alguma questão.
Dava pra ver que lá atrás, na ponta da manifestação próxima à prefeitura, a polícia estava desenrolando alguma estratégia vil. Não afetou a tranquilidade mas por algum motivo que não pude saber todos estavam voltando em direção à Candelária.
Voltamos tranquilos. Alguns entreveros mas todos dentro de alguma normalidade dentro do contexto que se apresentava.
Na esquina da Vargas com a Passos o terror começou com o gás. Entendi o que ocorria. A força repressora não estava dispersando a multidão. Estava conduzindo para um lugar mais propício para os atos brutais.
Na Candelária a multidão se espalhou pela Rio Branco e pela Primeiro de Março. Quando a massa se instalou na Rio Branco a coisa ficou muito quente. O caveirão veio na contramão, no meio do povo, com os samangos de arma para fora. Pararam ao final da Rio Branco e voltaram com tudo. Tiros, bombas, pânico e terror. Caveirão, motos e carros.
Aí começou a caçada. Corri do meio da Rio Branco até o Aterro. Muita confusão. A multidão não estava organizada para resistência. Tentava sair dali. Cada rua que passávamos víamos pessoas correndo de alguma guarnição que atacava.
Terror de Estado. Pânico na população.
Vim para casa dividido entre a vontade de partir para cima e o medo de ser posto para baixo.
Acredito que a discussão acerca de vandalismo ficou obsoleta. As cartas estão na mesa.
O Rio está deflagrado. Será que as tropas vem de Juiz de Fora novamente? Ou ao invés de usar o exército vão utilizar o treinamento que o BOPE adquiriu nas áreas que receberam UPP?
Será que vamos parar? Acho melhor não...

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Outro que nao sei a autoria:

"Relato de uma amiga

"O AMOR ACABOU. ISSO AQUI VAI VIRAR UM INFERNO." - Foi o que as pessoas começaram a gritar quando a polícia começou a jogar gás lacrimogênio na altura da Cidade Nova. Fomos todos empurrados no sentido contrário da Candelária, mas com muitos apelos as pessoas mantiveram a calma e não correram.
Com muito esforço conseguimos pegar a rua dos bombeiros e sair da parte mais tensa da manifestação. Fomos pra Lapa, depois de andar muito. Bem longe, encontrei a ******** e a ******, e fomos comer um cachorro quente nos Arcos antes de ir pra casa.
Foi quando passou pelos Arcos a cavalaria do BOPE e vários camburões. As pessoas em volta não estavam manifestando, muitos tinham vindo do protesto mas agora estavam comendo e sentadas nos bares. Então alguém (vândalo, infiltrado ou whatever) soltou uma bomba e a polícia começou a revidar. até então a gente não imaginava a que ponto isso ia chegar, apenas nos afastamos um pouco, quando a polícia começou a avançar e as pessoas a correr. Eram dezenas, um monte de gente que não fez NADA sendo pressionada a adentrar a Mem de Sá e a Riachuelo. Em vez de entrar em desespero, ficamos todos indignados, lógico. Começamos a gritar "O povo unido jamais será vencido" - e paramos de correr. Mas a polícia continuou vindo atrás, e a fúria coletiva levava as pessoas a gritar cada vez mais alto: "NÃO VAI TER COPA!! NÃO VAI TER COPA!!", enquanto continuávamos a avançar rua adentro.
Claro que o BOPE não deixou por isso mesmo. Nos encurralaram em uma das ruas que sobem o Morro de Santa Teresa, foi quando o gás veio. Todo mundo correndo morro acima, agora o desespero nos tomava enquanto as balas de borracha riscavam de vermelho de um lado pro outro. Tentei ficar perto da ***** mas não deu, tropecei numas motos paradas, uns caras quase passaram por cima de mim e eu fui atrás de umas pessoas que tentavam se refugiar num bar. Olhos ardendo, a fumaça subindo, sons de copos caindo e quebrando no chão do bar. A ***** apareceu e depois encontramos a **** . Não dava pra descer mais, então subimos.
Tinha um carro da PM parado lá em cima, pegamos outra rua e muita gente vinha atrás, tentando ir pra ALGUM LUGAR. A descida que encontramos vinha das escadarias da Lapa, uma garota vinha subindo com o namorado, desnorteada e gritando que a polícia estava louca, jogou uma bomba de gás dentro do bar que ela estava e ela fugiu desesperada. não dava pra descer, eles cercaram o outro lado, também. Helicópteros nos sobrevoavam. GUERRA. E por quê? O que nós fizemos?
Continuamos subindo o morro, não tinha pra onde ir. Não sabíamos o que fazer. Até que encontramos uma moça em uma das ruas, falamos com ela e ela disse que ia descer de carro com o marido pra buscar a filha, e nos ofereceu carona. Foi a nossa salvação, foi Deus que colocou aquela mulher ali.
Nós andamos até o aterro e tentamos pegar um táxi, mas todos se recusavam a ir na direção da nossa casa (no *****). Fomos andando mesmo, cheias de medo, mas conseguimos chegar bem em casa.

Eu estou tão, mas TÃO PUTA, que você não fazem ideia. É essa polícia que o nosso bolso paga? É essa a resposta das autoridades e políticos às nossas reivindicações? Mais pessoas ficaram ilhadas no IFCS, na faculdade de Direito, e outras conseguiram abrigo, por sorte. Não sei se todos os meus amigos estão bem. Foi absurdo, completamente ABSURDA a atitude da polícia.

O GIGANTE ACORDOU. O ESPÍRITO DE REVOLTA SÓ ESTÁ CRESCENDO. ISSO NÃO ACABOU. NOSSA LUTA SÓ ACABA NO ANO QUE VEM NAS URNAS!

E tudo que eu consigo pensar agora é "CsF não importa mais, EU PRECISO ESTAR AQUI ANO QUE VEM."

NÃO PAREM! NÃO DESISTAM! AMANHÃ VAI SER MAIOR!

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Moyses:


Bandidos pagos e ação de extermínio da pm.

Quando cheguei na manifestação de hj, já fiquei apavorado ao presenciar uma violência louca. Várias pessoas gritando ali na Candelária, "fora partidos". Até aí, considero que é uma ação que vem com a insatisfação da população contra os partidos safados.
Só que vi gente com megafone gritando essas coisas. gente bem com cara de famélico, que não é bem gente com uma puta articulação política para discordar de partidos.
E aí veio a primeira cena de terror.
Uma massa, de gente que visivelmente foi pra lá para causar confusão, foi pra cima e baixaram a porrada em várias pessoas com bandeiras da CUT. Mulheres, pessoas idosas, qq um que estivesse perto dessa turma (que foi em todas as passeatas anteriores) era agredido. Não era uma agressão verbal, era porrada.
Isso foi ali na frente da agência do Banco do Brasil.

Avisei a várias pessoas sobre o que tinha acontecido, e vi que grupos estavam se formando de forma calculada para bater nas "pessoas de partidos".
Fui caminhando com um amigo, o Marcos Pereira Bezerra. Marcão é esperto, disse na hora que tb tinha visto vários grupos estranhos.

Começamos a andar na direção da Zona Norte. E encontramos um grupo enorme de gente de ongs, escolas, d.a.s das universidades, sindicatos.
Enfim, a esquerda. Muitas caras conhecidas, tudo tranquilo.
Muita gente passava e cantava (tinha um carro de som) e tinha gente tb que vaiava. Até aí, tudo bem.
Mas chegou uma hora onde uma galera (do mesmo que tinha atacado a CUT) que começou a provocar. Xingar, chamar pra porrada e tals.

Andamos dois quarteirões bem tensos. E aí fudeu.
Gente com megafone, paus, pedras e bombas.

A porrada comeu, sabe 40 contra 100 ou mais? O grupo atacava sem distinção, idosos, mulheres (de escola, tipo Pedro segundo), universitários... toda a turma da esquerdas organizadas.
Muita, muita porrada. A formação que defendia as esquerdas levava, dava e tinha uma turma do deixa disso mas teve um hora na qual a galera se dispersou. Muitas, muitas bombas em cima da gente.
Bomba mesmo, com fogo e fragmentos. A galera começava a cair, ferida e era arrebentada por 5, 10 ou mais. Saí na porrada com vários, uma coisa que nem dá para descrever.

Sem contar que vi dois deles ligando no celular pedindo que mais "colegas" chegassem na área pra bater mais.
Isso até encontrar 3 pms em motos, os marginais afinaram. E um deles me disse que a pm "tinha o deles".

Para que vcs tenham uma ideia, a turma dispersou até depois do Elevado. e com gente correndo atrás deles.
Para que vcs tenham uma ideia, vi gente da organização correndo e dizendo "foge Moyses, pq eles vão invadir a prefeitura já".
Corri para avisar quem ainda estava de bobeira na frente do piranhão, e o resto vcs sabem.
Só que não foi um grupo de "manifestantes radicais", "anarquistas" ou qq coisa parecida. Foi calculado, marcado e bem organizado.
Voltei com vários hematomas. Mas graças à "roda" estou bem.
E ainda tem esse massacre rolando no Centro, por conta da ferocidade da pm. Gente sendo agredida nos bares, nas universidades e nas ruas.
Uma noite trágica para a nossa cidade.
Quem é que está interessado na dispersão das passeatas?
Quem é que está interessado na criminalização das esquerdas? Pq isso só apareceu agora, nessa semana?
Pq a pm não foi pra cima dos bandidos, ficou quieta em várias ocasiões?
E pq a pm persegue de forma implacável a organização pacífica do evento de hj e está invadindo hospitais, bares e universidades para arrebentar com todo mundo?

Sem teorias conspiratórias. Mas só pode ser coisa dos setores do poder. Ou seja, a direita.
Essa história que essa polarização acabou, nada. Aí é que vc vê como é que a direita existe e tem um poder autoritário tinindo.


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Marcelo

Acabei de chegar em casa, ligar a tv e ler os jornais online. Como absolutamente TUDO que está sendo reportado parece tão distante da realidade vou tentar explicar um pouco do que foi a passeta hoje pra quem não foi.

Estava uma festa, todos andando em paz na direção da prefeitura. Eu estava com a Fernanda, na sua primeira manifestação. Durante todo o trajeto, não houve atos de vandalismo. A partir de um ponto, todos pararam. Viu-se a fumaça das bombas. As pessoas começaram a voltar. Devagar. Caminhando de volta para a Candelaria. Mais bombas. As pessoas se aglomeravam perigosamente, tentanto ir embora.

Ainda não havia atos de vandalismo. Mesmo disperçada a manifestação legitima, garantida na constituição deste pais, a PMRJ resolveu seguir os cidadãos que neste momento só pensavam em ir embora dali. As pessoas tentavam acalmar umas às outras para evitar um corre corre que transformaria a situação em uma tragedia. A PM alcançou a multidão que tentava sair dali e jogou mais bombas e mais gás. Algumas pessoas começaram a reagir e a quebrar as coisas.

Nesta hora, eu e a Fernanda nos adiantamos um pouco mais e tentamos sair por uma rua lateral. Chegando lá, e digo novamente, não havia vandalismo naquele local, a policia tinha fechado as ruas transversais e jogava gas lacrimogenio em quem queria sair. Na transversal seguinte, a mesma coisa. Isso não era perto da prefeitura, isso não era perto de nenhum tipo de vandalismo.

O objetivo da policia não foi em nenhum momento dispersar tumulto. A manifestação ja tinha terminado. O objetivo dessa operação de guerra foi vingar o protesto na Alerj. Foi botar medo na população ao atacar não os radicais mas as familias que estavam do meio pro final da passeata. A PM jogou bomba até no onibus que estava saindo do centro, levando pessoas que só queriam sair dali. Jogaram bomba no Souza Aguiar.

Ficou claro que o Estado vê o povo como um inimigo. E eu quero que fique muito claro que o que está aparecendo nas TVs e nos jornais não condiz com a realidade do que ocorreu ali. A policia não reagiu a nada. A policia atacou a manifestação. Atacou a mim, atacou a Fernanda. Atacou todos os cidadãos de bem que sairam as ruas nessa noite.


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NOTA DO PSTU-RJ - 20/6/2013
Ato reúne mais de 300 mil pessoas, apesar da redução das tarifas por Paes e Cabral, mostrando que os setores mobilizados reivindicam mais do que os R$0,20 de diminuição.

De tanto insuflar a massa, a burguesia e os grandes meios de comunicação conseguiram seu intento: dividiram a manifestação e vão terminar por descreditar a luta justa da classe trabalhadora e juventude!

Por volta das 15:30, os militantes dos movimentos sociais, entidades estudantis e partidos de esquerda se reuniram no Largo de São Francisco, para formar uma coluna unificada e participar do ato de forma pacífica, com suas bandeiras e faixas, mostrando que os verdadeiros inimigos são os governos Cabral, Paes e Dilma.

Seguiram pela rua Uruguaiana e, ao virar na Av. Presidente Vargas, diversas pessoas dos assim chamados "sem-partido" começaram a vaiar e a hostilizar a coluna, mais ainda sem nenhum confronto.

Pouco depois, cerca de 500 metros dali, a questão tornou-se bem mais séria. Na retaguarda da coluna, formou-se um grande grupo de provocadores, formado principalmente por homens, a maioria mascarados e sem cartazes. A partir desse momento, a apreensão e o temor de agressão por parte de provocadores se instalou na coluna.

As provocações foram aumentando, apesar do esforço de diversos ativistas, que tentavam acalmar os ânimos e impedir os provocadores de iniciar alguma agressão. Quando a coluna aproximou-se da Central do Brasil, aqueles que tentavam apaziguar não aguentaram a pressão dos provocadores e terminaram por retirar-se, o que piorou a situação e levou a alguns conflitos físicos.

Na altura da Praça XI, o conflito se generalizou, quando o grupo de provocadores conseguiu romper o bloqueio que foi feito na retaguarda da coluna. A partir desse momento, houveram diversas brigas, com vários militantes agredidos e diversos feridos, alguns com gravidade. Fomos barbaramente agredidos, levando mais de 15 pessoas a hospitais próximos. Houve lançamento de bombas, pedras e os mastros das bandeiras que foram roubadas pelo grupo de agressores.

Nesse momento, percebendo que poderia haver um conflito maior, a esquerda como um todo cerrou fileiras. Militantes do PSTU, PCB, PSOL, PCR e até mesmo do PT e PC do B uniram-se em defesa dos movimentos sociais, entidades estudantis e sindicais e das pessoas que vieram ao ato portando suas bandeiras vermelhas e faixas de protesto.

Após um novo confronto generalizado, o ato dispersou-se completamente ao chegar na Prefeitura, dado o clima de tensão e medo que tomou conta das pessoas. Afortunadamente, neste momento, mesmo havendo correria, a coisa se acalmou um pouco, pois os provocadores dirigiram-se à prefeitura.

O PSTU Rio de Janeiro afirma publicamente que nenhuma agressão partiu dos militantes da esquerda, mas sim veio dos provocadores, que só podemos entender que não pertenciam aos que vieram protestar pacificamente, mas a grupos fascistas e a policiais inflitrados no ato.

Afirmamos também que sempre buscamos a unidade daqueles que lutam, estando presentes nas plenárias e fóruns de preparação dos atos, que sempre respeitamos a todos os setores honestos e combativos, presentes na manifestação, e que não recuaremos perante nenhuma agressão fascista, policial ou de marginais infiltrados.

Da redação do Rio de Janeiro

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