sexta-feira, 21 de junho de 2013

Relatos de uma guerra

Para quem não sabe ou está entrando aqui depois de algum tempo e já esqueceu, ontem foi o dia em que a policia atirou contra e prendeu indiscriminadamente a população do Rio durante a manifestação inicialmente Pacífica. Passei a noite lendo relatos de amigos e agora publico na íntegra os primeiros.

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Querid@s Amig@s,


Ainda estou processando a barbárie que foi ontem. Para mim, que não viveu a repressão da ditadura de perto, que mesmo nos meus anos de movimento estudantil jamais se sentiu correndo risco de vida, ontem foi um dia de tristeza, em que pude, ainda que guardando as devidas proporções, sentir o que é ter a voz calada e o seu direito democrático de se manifestar, de ir e vir, cerceado por uma brutalidade injustificável.

Estive na manifestação até chegar às imediações da prefeitura, ali na Leopoldina. O clima era de festa. Havia muitas bandeiras diferentes. As pessoas saiam para celebrar a vitória conquistada nos últimos dias, cientes de que a luta apenas está começando. Em certo sentido, me preocupava ver que um nacionalismo fascista brotava nos cânticos, nas caras pintadas, nos hinos cantados. Viam-se cartazes com capas da Veja, mas também se via cartazes com bandeiras efetivas de luta, como a melhoria do transporte público, educação e saúde.

Meus sentimentos estavam um pouco desencontrados, porque a sensação que dava era que, de repente, ali era palco de uma diversidade de pautas e desejos que refletia a falta de liderança política e de foco das mobilizações que foram crescendo nos últimos dias.

Ao chegar ali, a quantidade de pessoas era tal que eu resolvi ir caminhando em direção à minha casa. Eram 19:30. Caminhei, cheguei até a Lapa. Na Francisco Moratori resolvemos, eu e o Guilherme Fogaca, parar para tomar uma cerveja e conversar sobre o que tínhamos visto e ouvido. Nossas impressões e reflexões para os próximos dias. Pouco a pouco outros companheiros de luta foram chegando também. Amigos de militância do movimento estudantil. O clima era de reflexão e descontração. Às 20:45 comecei a receber ligações e mensagens no celular de amigos, que preocupados, contavam que a prefeitura tinha se transformado em um campo de guerra e que as coisas estavam muito, mas muito tensas. Já perto de casa, na subida de Santa, lhes tranquilizava dizendo que tudo estava bem.

É claro, que a essa altura, não entendi exatamente porque passavam pela Riachuelo carros e carros da tropa de choque, cavalaria da PM, muitas, várias, incontáveis, em direção à Glória. Era estranho pensar que, se a confusão estava lá na prefeitura, porque aquele contingente de policias se dirigia para o outro lado. Não tardou muito para que eu tivesse a resposta.

Por volta das 22hs vemos uma avalanche de pessoas correndo em direção ao bar em que estávamos. Pessoas pediam calma e mesmo assim a galera continuava correndo desesperada. De repente, chega a tropa de choque e começa a jogar bombas para dentro da rua. Todos nós que estávamos ali, sem entender absolutamente nada, entramos desesperados para dentro do bar que fechou as suas portas com todos lá dentro. Eu nunca tinha tomado uma bomba de gás lacrimogêneo na vida. E, mesmo ela tendo sido jogada a uma distancia razoável de onde estávamos, os seus efeitos não tardaram a contaminar a todos. Gente chorando, passando mal. Medo!

Saíamos do bar para ver o que estava acontecendo e a cena era realmente de estado de exceção. Pessoas sendo perseguidas pela Riachuelo, pela Lapa inteira. Estávamos sendo caçados, não importando se tínhamos às mãos para o alto, se não resistíamos a abordagem truculenta da policia.

Entendi que aquilo ia tomar proporções piores e resolvi ir pra casa, a pé, subindo Santa Teresa. Quando cheguei na Joaquim Murtinho, para minha surpresa, havia um carro da PM fechando a passagem para as pessoas que, desesperadas, procuravam refugio. Ninguém podia passar. Queriam deixar todo mundo ali, para serem caçados como bichos. Fui abordada e tive que dar meu nome e endereço, dizer que era moradora e, só depois disso, pude passar na barreira policial montada e ir para minha casa.
No meio disso tudo, pessoas revoltadas com a ação da policia e inflamadas pelo discurso da grande mídia que tem tentado todos os dias pautar as manifestações na direção de golpe contra o governo do PT que, sim, tem problemas, como todos os governos tiveram, mas está ali legitimamente e democraticamente pela vontade do povo. Esse parêntese é importante ser feito, voltavam já encapuzadas chamando as pessoas para a “luta”, para o “confronto”.

- Vem povo brasileiro, vamos pra luta.

Um arrepio percorreu todo o meu corpo ao ouvir aquilo. Não compreendia como, de repente, um momento histórico de mobilização social estava se transformando em uma guerra nacionalista vazia e sem propósito algum.
Hoje, a capa do O Globo tenta desesperadamente costurar a mudança política que tando a direita deseja. Uma direita que nem como oposição consegue se organizar, que nas urnas não conseguiu, nesses quase 12 anos de governo do PT, ganhar legitimamente nas urnas. Temos e, sei que para muitos isso pode não fazer sentido ou pode ser que considerem ir contra todas as mobilizações que foram feitas, desesperadamente dizer que estamos aqui exigindo direitos e não mudança de governo via golpe. Se está criando o pretexto que a direita precisa para criar um estado de exceção que permita revivermos passagens das nossas história que sim, não podem ser esquecidas, porém, não podem se repetir nunca mais.

Tá na hora da gente sair às ruas para apoiar a democracia do país e dizer que as bandeiras são muitas, mas todos nós defendemos a democracia conseguida depois de anos de repressão e luta. Não vamos tolerar ser massa de manobra, não vamos tolerar que essa mobilização social tão bonita seja a justificativa para que fascistas subam novamente ao poder.


--Bruna--

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Vamos lá... vamos começar com a prática da polícia na Pres. Vargas hoje. O helicóptero da polícia foi da prefeitura até a candelária apagando poste a poste de luz. Iluminavam as fotocélulas dos postes com aquela luz forte de perseguição. Ao apagar a Pres. Vargas inteira propositalmente (não dá pra sem querer apagar a Pres. Vargas inteira) se deu o ataque da polícia contra os manifestantes no breu. A ação da tropa de choque não teve a intenção de dispersar o movimento e sim de encurralar as pessoas e fazê-las se arrepender de ter saído para as ruas. Ao final, não havia nenhuma saída desbloqueada, a cada rua que entrávamos, já haviam manifestantes correndo de volta e gritando: "o choque está vindo por lá" e respondíamos "o choque também está vindo por lá" então andávamos mais rápido fugindo por onde conseguíamos passar antes do choque (que estava sempre chegando). O clima estava muito tenso. Finalmente, a multidão foi encurralada na Primeiro de Março. Me vi fugindo de todos os lugares até perceber que não havia para onde fugir. Chegavam pela Primeiro de Março por trás e pela frente, pelas ruelas do centro só se via gás lacrimogêneo e pessoas voltando correndo. Nessa hora, estar com a câmera fez a diferença. Resolvi cruzar as tropas de choque em meio a muito gás, levantando as mãos com a câmera pedindo passagem. Cruzei uns 30 escudos que faziam uma barreira impenetrável com a câmera virada para baixo e a mão virada para cima, pois os poucos que os filmavam eram repreendidos e ameaçados. Nesse momento vi que diante da tropa de choque só fica quem tem muita coragem! Beira a falta de amor próprio. Passei com o rosto muito ardido (a Praça XV era só gás lacrimogêneo, não havia nem um lugar sem gás) os olhos eu quase não conseguia abrir. Eu era um alvo fácil. Não fui atingido. Foi quando pensei, ganhei uma segunda chance de ir embora e não vou desperdiçá-la. Encontrei um táxi livre, entrei e fui. Até o táxi ficou por uns 10 min tentando sair do miolo da confusão. Nessa quinta-feira, a polícia não controlou a manifestação, o que aconteceu foi terrorismo. Quem não estava lá imagine: as ruas completamente escuras, um breu, barulhos muito altos de bombas sem parar, uma atrás da outra, gás para todo lado, tiros incessantes. Foi uma guerra! Hoje a população enfrentou a fúria da polícia, eles agiram com raiva! O procedimento não foi nada técnico, nada racional, foi puramente emocional. Quem são os bandidos dessa história? Que porra de ordem foi dada a polícia para que agissem dessa maneira? Eu imagino... "espera a primeira pedra, aí vocês podem fazer o que sabem muito bem... tocar o terror e começar a guerra!" Só faltou o helicóptero tocar "As Valquírias" de Wagner.

Sobre os manifestantes... ficou muito claro para mim que tinha todo tipo de manifestante nas ruas. A grande maioria foi para reivindicar direitos e levantar cartazes bacanas. Enrolados na bandeira do Brasil, com a cara pintada estavam cheios de vontade de fazer política (o que falta até nos políticos). Tinham também os manifestantes irracionais, estes (que todos viram nas TVs), me pareceu, que eram oriundos de lugares diferentes, mas todos com muita raiva e muita coragem. O intuito principal era depredar tudo que viam. Vidros eram o alvo mais querido. Para eles, nada era mais prazeroso que estilhaçar os vidros ao redor com pedradas e madeiradas. A cada estilhaço era uma comemoração. O fogo no lixo era uma medida automática ao entrar em qualquer rua. Deixavam fogueiras a cada 50 metros percorridos. Gravando tudo, perto de todos estava eu me perguntando, será que vou continuar sem problemas na linha de frente? Como que respondendo a minha pergunta a mim mesmo, se aproxima de mim um cara forte, média de 40 anos, com um pedaço de madeira pontiagudo apontado para mim e falou: "vamos parar de filmar essa porra agora!? vamos parar agora com essa porra, caralho!?". Eu, lógico, mais do que rapidamente saí fora falando "parei, parei". Saí olhando para trás e sempre que olhava via o cara com aquela parada na mão ainda verificando se eu ia parar mesmo. Parti batido para longe daquela frente, pensando: "que porra de cara era esse? que filho da puta, me botou pra correr". Estou até agora sem saber se o cara era um bandido ou um p2. Fato é que o cara tem experiência em botar o terror em alguém. Não me assusto fácil, o recado do cara foi direto. Uma ameaça para ninguém botar defeito. Funcionou direitinho, não consegui filmar o fdp e me senti um covarde, mas continuo vivo e sem ferimentos. Isso foi numa rua perto do sambódromo que dava acesso ao miolo do Estácio. Cerca de 15 minutos depois, eu estava andando numa boa com os manifestantes pela Rua da Carioca, em direção à Av. Rio Branco quando vi a galera abrir um espaço meio correndo, meio andando rápido. Olhei para a rua e lá estavam uns 10 caras, entre eles alguns moleques que aparentavam ter uns 16 anos ou menos e outros maiores de 25 a 35 anos, pelo que me pareceu. Eles andavam quebrando tudo que podiam, derrubando tudo que estava em pé. Os poucos ônibus que passavam devagar pela Rua da Carioca eram acertados por madeirada e pedrada. Parecia o clipe do Justice, "Stress", só que eles estavam sem camisa, alguns descalços. Continuei andando normalmente sem gravar. Ouvi alguém recriminando a depredação dos caras (como vi acontecer durante toda a manifestação) e um deles ma mesma hora voltou gritando: "vai tomar no cú, é vocês que recebem os fdp na favela? nós não tamo roubando vocês! tamo devolvendo o que eles fazem com nós quando sobem a favela" (foi mais ou menos isso) e se juntou novamente com os amigos já quebrando um vidro e comemorando com os outros seus atos. Pensei em gravar, mas novamente, preferi me manter ileso e fingi que nada estava acontecendo. Eu estava com a câmera na mão. Depois dessas duas situações, vi que a democracia tem seus pontos fracos. Por causa de grupos assim a polícia age com violência. O que tira a razão da PM é que ela coloca todo o resto no mesmo saco e manda bala! Fico pensando se é tão difícil assim realizar ações pontuais para evitar que todos paguem o preço. Me parece uma questão de inteligência e preparo. São todos vítimas da falta de educação, mas todos culpados e responsáveis pelos seus atos.

--Marcelo--

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Saímos da manifestação cansados (somos da velha guarda) e paramos num pé sujo na Rua do Riachuelo para descansar e tomar uma cerveja. Tava tudo calmo, não havia aglomeração, movimento, faixas, protestos, nada! De repente a confusão começou sei lá como, fumaça e gás lacrimogêneo, pessoas chorando machucadas, corremos e subimos as escadas para a Rua Paula Matos. Lá embaixo as motos da tropa de choque passavam correndo... o mesmo aconteceu em vários outros pontos nos arredores da manifestação: pessoas que já estava indo embora sendo alvo de bolas de borracha e gás lacrimogêneo. Qual o sentido de tamanha repressão? Isso é uso abusivo de força policial!


--Fatima--

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Pedro Aguiar, 20/6/2013

Devo ser de uma geração privilegiada. Levar a primeira bomba de gás lacrimogêneo na cara aos 31 anos de idade é uma espécie de perda de virgindade tardia. Uma virgindade política, ética, social, acordando para o senso de comunidade que nos faz humanos. Essa virgindade nós perdemos hoje.

Eu estava lá. Era um das centenas de milhares milhão de cariocas que tomaram toda a longa e larga Avenida Presidente Vargas. Com meu irmão e amigos, percorri aqueles quilômetros empunhando uma bandeirinha da Turquia e um cartaz que dizia "Se o busão aumentar, vou de Taksim", em referência à praça em Istambul, onde estive algumas vezes, que sofreu pesada repressão em protestos recentes.

Neles, segundo contavam meus amigos turcos por um aplicativo de chat enquanto eu caminhava na manifestação, quatro pessoas morreram esta semana e gás lacrimogêneo era lançado em larga escala, por helicópteros. Uma amiga enfermeira de um hospital perto da Taksim relatou que vários manifestantes deram entrada com queimaduras na pele. Boatos entre eles dizem que a polícia turca misturou produtos tóxicos na água lançada em jatos contra a multidão. A mídia da Turquia, como se tem dito, está silenciosa sobre esses abusos.

Ao mesmo tempo, helicópteros sobrevoavam a gente na avenida, enquanto chegávamos à Praça Onze, perto da sede administrativa da Prefeitura. Nesse momento, as luzes dos postes se apagaram e helicópteros com holofotes deram rasantes sobre a multidão, tão baixo que dava pra ler nitidamente a identificação da Polícia Militar. O estouro de bombas já era ouvido mais à frente.

A intimidação funcionou. A multidão começou a retroceder. Mesmo com os gritos da militância para não recuar, para não dispersar, a gente ouvia que, se estavam assustando daquele jeito, era porque estavam dispostos a pegar pesado.

De fato, pegaram. Meu pequeno grupo desistiu de alcançar a estação de metrô da Praça Onze e conseguiu cortar caminho pela rua Marquês de Pombal. Essa via curtinha tem apenas duas calçadas: a da direita é o quartel do Batalhão de Choque; a da esquerda, a redação do jornal O Globo. Já num ambiente bem mais calmo, ao lado de outras dezenas, paramos num bar de esquina cuja TV ligada mostrava as manifestações no resto do país. Fogo em Brasília, tumulto em Goiânia, porrada em Salvador e a bomba de gás lacrimogêneo explodiu do meu lado sem aviso prévio.

O Choque tinha virado a esquina de repente.

Corremos. Só que, do lado oposto, outra tropa fechou a rua, também jogando bombas de gás no sentido contrário. Ficamos cercados. A máscara antisséptica, que estava no bolso sem a menor convicção de que precisaria usar, foi útil nessa hora. E o vinagre embevecido nela me ajudou a respirar e conseguir abrir os olhos apenas para enxergar onde pisava. Acompanhamos as outras pessoas da rua, em pânico, até um portão de ferro que eu conhecia muito bem. Anos antes, passei várias vezes por ele ao entrar e sair de meu estágio n'O Globo. E vi como ele era emblemático quando pessoas da manifestação esmurraram-no e tentaram arrombá-lo, implorando por refúgio aos ouvidos indiferentes dos seguranças. Eles protegiam os jornalistas, como eu, que fazem o trabalho da imprensa dentro da redação envidraçada, com isolamento acústico e ar condicionado. O gás e os estouros não chegam nesse ambiente. Ficam só para quem está onde eu estava. Lá dentro, os colegas. Cá fora, os companheiros.

As bombas pararam e um comboio de carros e ambulâncias dos bombeiros percorreu a rua na contramão. Pensei, na hora, que a função do gás tinha sido apenas "limpar" a rua para facilitar a passagem. Não tínhamos feito nada além de estar no caminho. Havia outros meios de se fazer isso? Claro, havia. Mas pra quê, né?

Chorar lágrimas de efeito moral tem todo um outro significado.

Elas são tão reais quanto as lágrimas da emoção de ver os outros cidadãos ainda mobilizados, mesmo depois da revogação do aumento das passagens. Como foi dito desde o início, não era só por 20 centavos. Era a demonstração de força da pressão popular, quando mobilizada, articulada e com propósitos definidos.

Claro que estão bem definidos. Por mais que tente haver sequestro da pauta de reivindicações, tanto à esquerda quanto à direita, os manifestantes têm claro na cabeça o que exigem. É contra a gritante diferença entre os recursos contidos em educação e saúde e as torneiras abertas para obras de estádios e urbanização para futura especulação. É contra É contra ainda o discurso do "vamos baixar a passagem, mas pra isso temos que tirar de outras áreas", ofensivo à inteligência da população. Os partidos que tentam empunhar bandeiras para aparecer em imagens futuras são constrangidos a sair. Os bordões inculcados pela grande mídia são ridicularizados. Quem está na rua não quer impeachment da Dilma, não quer insistir no "mensalão", não quer derrubar a PEC-37. Essas bandeiras não são nossas. É preciso ouvir o que temos a dizer em vez de nos fazer dizer outra coisa.

Esta noite, deixamos de ser virgens politicamente. Já provamos na carne que não era mito a força coletiva dos cidadãos mobilizados. O povo não precisa derrubar o governo; basta saber que pode. A "revolução brasileira" é um fato que nunca houve. As revoluções americana, francesa, russa, chinesa, ajudaram a mudar o mundo e a moldar o caráter dessas sociedades. Nenhum desses países foi mais "inocente" desde seus processos revolucionários. Nós, brasileiros, talvez estejamos hoje saindo da infância do nosso Estado-nação e entrando na turbulenta adolescência. Bom pra nós.


E uma coisa eu posso dizer, de testemunho próprio: vinagre adianta. Muito.


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Acabei de chegar da passeata. A manifestacao foi SUPER tranquila. Cheguei as 16:40 na Cinelandia, andei ate a Candelaria, fiquei la na concentracao, e comecamos a descer a Rio Branco. Nao vi um so problema. Ja mais para perto da Cinelandia, teve um babaca que comecou a pixar um ponto de onibus e foi vaiado pacas. O pessoal estava realmente atento para esses atos, e pediam para os que tivessem subido em pontos de onibus, bancas de jornal ou janelas de predios historicos que descessem. Foi assim ate o final, quando chegamos na Cinelandia. Quando estava indo embora, ouvi rumores de que estava comecando uma confusao na Alerj, e vi imagens de um carro virado, pegando fogo, sem ninguem em volta. Milhares de pessoas se manifestaram em paz por varias horas, sem nenhum incidente. Um par de imbecis faz merda nos 45 minutos do segundo tempo, e eh essa a imagem que a midia mostra? Essa imagem nao representa o que foi a passeata.

--Diogo--

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gritaria de "não violência" na minha rua!
to ouvindo bomba daqui de casa....helicóptero até não poder mais!

--Raquel--

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o BOPE acabou de passar aqui na rua dando tiro nas pessoas
e os caras rindo pra caraleo, como se tivessem jogando counter strike
estamos em guerra...

--Vanessa--

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RIO: Moradores em Laranjeiras relatam excessos da polícia
23h14
Moradores da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, estão relatando excessos da atuação policial na região. Um porteiro de um prédio de esquina com a Rua Coelho Neto contou que foi atingido perto do olho, por estilhaços de uma bomba de efeito moral, apesar de não haver manifestantes na região. Pessoas estão descendo dos prédios e reclamando da ação da PM.

--Daniel--

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Poderosos cariocas tomaram a cidade! Lindo d+! Porém a cidade tem criminosos espalhados, se são pagos ou não, dão medo. Depois de uma hora de caminhada, bombas esporádicas estouravam nas laterais e pequenos grupos de ladrões rodavam os manifestantes. Eles sabiam do trajeto, pq não podiam colocar algumas viaturas? Depois vejo imagens de ladroes roubando o comércio. Essa violência não é gratuita.

--Priscila--


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