
André Rangel e Marcos Negrão realizaram um filme impactante e de rara delicadeza sobre um grupo muito pequeno de pessoas que vive, já no presente e no seu dia a dia, os dilemas do aquecimento global, de que tanto se fala.
No coração do Himaláia, o chefe de uma das últimas tribos nômades da região e seu filho vivem em conflito. O pai quer preservar a tradição, a cultura e a tribo a qualquer custo enquanto seu filho e família querem deixar tudo para trás e se mudar para a cidade.
Ao longo do filme entendemos melhor as razões de um e do outro, o funcionamento daquela tribo, como ela é tocada pela tradição religiosa e como as novas tecnologias estão presentes no seu dia a dia. Enquanto acompanhamos o desenrolar da história, podemos perceber um Himalaia muito diferente daquele que vemos na televisão: um deserto frio e seco em constante e rápida transformação.
Com a belíssima fotografia de Negrão e a edição quase ficcional de Rangel,
A Terra da Lua Partida nos joga no centro da Terra, num lugar frio e distante, para nos levar a uma viagem ao âmago de nós mesmos, da natureza humana e do futuro que estamos construindo.