De alguns anos para cá é cada vez mais comum vermos filmes sobre poluição, lixo, aquecimento global e o fim do mundo. Tanto documentários quanto grandes produções de Hollywoody nos alertam para o futuro ao qual nossas ações inconsequentes estão nos levando. São muitos os filmes, muitos os alertas, mas parece que estamos sempre vendo mais do mesmo e, aos poucos, esses alertas começam a perder o impacto. No nosso mundo imediatista, parecem previsões de um futuro que nunca chega, que não existe.
André Rangel e Marcos Negrão realizaram um filme impactante e de rara delicadeza sobre um grupo muito pequeno de pessoas que vive, já no presente e no seu dia a dia, os dilemas do aquecimento global, de que tanto se fala.
No coração do Himaláia, o chefe de uma das últimas tribos nômades da região e seu filho vivem em conflito. O pai quer preservar a tradição, a cultura e a tribo a qualquer custo enquanto seu filho e família querem deixar tudo para trás e se mudar para a cidade.
Ao longo do filme entendemos melhor as razões de um e do outro, o funcionamento daquela tribo, como ela é tocada pela tradição religiosa e como as novas tecnologias estão presentes no seu dia a dia. Enquanto acompanhamos o desenrolar da história, podemos perceber um Himalaia muito diferente daquele que vemos na televisão: um deserto frio e seco em constante e rápida transformação.
Com a belíssima fotografia de Negrão e a edição quase ficcional de Rangel,
A Terra da Lua Partida nos joga no centro da Terra, num lugar frio e distante, para nos levar a uma viagem ao âmago de nós mesmos, da natureza humana e do futuro que estamos construindo.
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